sábado, 31 de maio de 2008

JOÃO DE CABOCLO - Uma Lenda Vida dos Pífanos de Uauá.



Filho do saudoso velho Caboclo tocador de pífanos, descendente de escravo, que habitavam o quilombo do São Pedro, municípío de Monte Santo. Seu João de Caboclo, herdou juntamente com seu irmão Ademar os toques ancestrais dos pifanos do sertão de canudos. Hoje na altura dos seus 83 anos de idade, ain ...

Edção e imagem: Gildemar Sena

sexta-feira, 30 de maio de 2008

ESTA CHEGANDO MAS UM SÃO JOÃO E COM ELE NOSSA QUERIDICIMA ALVORADA... VEJA ESSE VIDEO...



Vem ver São João, é uma música que simboliza muito o que é o São João de Uauá, composição do nosso eterno Auto Barbosa, para nos uauaense Seu Auto.Essas imagens sintetiza,o que é o São João de Uauá.(Gildemar Sena)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Vídeo do Lançamento do CD Tronco velho.


Imagen e Edição:Gildemar Sena

No dia 26 de maio de 2008 foi realizado o Lamçamento do CD Tronco Velho na Feira Popular de Uauá Bahia pela Banda de Pífano de Bendegó, com a participação dos nossos artistas da Terra...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Depoimento do Coronel Jerônimo Rodrigues Ribeiro

Conhecendo a história por meio dos depoimentos escritos

Por Maiane Moura Gomes

A fonte oral, recurso utilizado no presente trabalho, tem uma importância vital na (re) construção da história de um lugar. Por isso o trabalho com esse tipo de instrumento permite que conheçamos a realidade de uma cultura a partir do conhecimento oral das pessoas.
Com base nisso, o depoimento do Coronel Jerônimo Rodrigues Ribeiro que nasceu no município de Uauá a doze de dezembro de um mil novecentos e dezesseis é de fundamental importância para entender a história do município de Uauá e para perceber o quanto é relevante valorizar o conhecimento do povo. Ele é considerado uma das pessoas mais representativas da cidade, uma vez que foi gestor municipal durante quatro mandatos, realizando relevantes obras sociais para o desenvolvimento do município. Pode-se considerar o Coronel Jerônimo, bem como o Sr. Ademar Rodrigues Guimarães memórias vivas de Uauá, pois possuem um conhecimento histórico bastante importante. Nessa constante, podemos perceber que a memória permite a relação do corpo presente com o passado e, ao mesmo tempo, interfere no processo atual das representações.
Em depoimento cedido, o Coronel Jerônimo além de nos falar sobre Lampião e sua chegada em Uauá contou-nos, a partir do que sabe e ouviu dos seus familiares, como ocorreu a primeira batalha da Guerra de Canudos. No relato concedido fala, a princípio, dos motivos que levaram Lampião a se tornar bandido:


-Elemento que se tornou bandido porque a sua família foi plenamente desmoralizada, o pai dele foi preso injustamente. Ele virou bandido, foi bandido afamado. Só que ele foi bandido até um certo ponto. Ele fazia furto deliberado, era bandido respeitado e afamado o Antônio Severino Brilhante.

Diante disso, assinala a chegada de Lampião na Bahia, esclarecendo que a sua vinda tem haver com o convite feito por Macilon para atacar Mossoró, cidade do Rio Grande do Norte. Vejamos o que ele nos fala:


Foi induzido por Macilon, em seu convite para atacar Mossoró, cidade do Rio grande do Norte. Macilon convence Lampião que eles deviam proceder a um ataque (...) Lampião aceita o convite para atacar Mossoró e fez um bilhete para o prefeito, para que este mandasse 4 mil réis(...).
O prefeito não mandou o dinheiro e manda dizer que eles podem atacar Mossoró – isso foi visto como uma afronta e invadiram, porém o prefeito já estava com polícias em todos os lados, matando assim um dos cangaceiros.

Foi a partir desse episódio que, segundo Jerônimo Rodrigues, Lampião resolveu ir para a Bahia, uma vez que lá as pessoas não estavam preparadas para recebê-lo. Em seu relato, lembra como Lampião em suas andanças conseguiu chegar ao nordeste e em Uauá:


Até aí, ele [Lampião] tinha muito dinheiro, ele veio e passou aqui. Daqui a duas léguas tinha uma senhora daqui que estava morrendo e ele assistiu, o que a gente [chama] de insultar. A mulher chamava-se Santinha, estava morrendo numa rede, e ele chegou, ficou sentado na porta onde o povo estava insultando. (...) quando terminou essa coisa, ele só fez perguntar, estando todo mundo ajoelhado: o caminho da Serra da Canabrava? Quando chegou na Abóbora, ele mandou fazer um forró, mas deixou na entrada um cabra dele observando, chamava-se Mergulhão. Aí a tropa ia no rastro dele. Quando chegaram na entrada da Abóbora, Mergulhão percebeu, quis reagir, eles mataram o Mergulhão. A polícia entrou e foi um tiroteio medonho, o tenente (Adonel) saiu baleado, desta vez não morreu nenhum bandido, foi um tiroteio – 1º tiroteio da Bahia foi em Abóbora (Juazeiro) limite com Uauá, perto de caraíbas. A partir disso, ele cresceu na Bahia, aumentou a turma, ele perdeu 1 cangaceiro e ficou com 4, com pouco tempo ele estava com grupo enorme.


Ainda, dando continuidade ao relato, ele nos diz que “o grupo dele matou Herculano Góes, morte cruel, esquartejou. Morte ocorrida pertinho de Santa Rosa, morto por Corisco, um cabra de Lampião”. Jerônimo lembra que a morte de Herculano foi “uma das mortes mais sinistras, mais bárbaras do bandidismo de Lampião”. Depois de nos contar, ou melhor, compartilhar o conhecimento que tem sobre Lampião Jerônimo conclui a sua contribuição, relatando alguns fatos da guerra de Canudos. Segundo ele,


O Conselheiro tem uma história geral, via nacional, internacional. É uma história internacional. Então a influência de Conselheiro não é só em Canudos por que as primeiras expedições que ia prender foi destroçada aqui (pilar). A tropa não sabia que ia se encontrar com ele aqui, vinha 100 homens, o juiz de Juazeiro tinha pedido por que havia ameaça de que Conselheiro ia atacar Juazeiro. Quando ele comprou a madeira e correu a notícia de que o homem não tinha entregue a madeira toda, boatos. Então, o tenente Dr. Arlindo Leônidas que tinha aquela discussão com ele pediu ao governador da Bahia da época para que mandasse prender o Conselheiro. Quando eles se encontraram aqui em Uauá, um tiroteio muito grande, muitas pessoas morreram, quase 200 pessoas de Conselheiro e morreram sete soldados aqui.



Diante dos relatos, percebemos que houve uma troca de impressões bastantes plausíveis capaz de permitir que lembranças fossem ordenadas com o intuito de (re) contar e de (re) viver, a partir da saudade e/ou da memória os novos sentidos das experiências das pessoas que narraram as histórias. Além disso, foi possível desenvolver um trabalho de resgate da história local. Dessa forma, conhecer a origem de nossa cidade e os acontecimentos aqui transcorridos é de fundamental importância para compreender o município na atualidade.
Nessa constante, reconhecer o depoimento das pessoas como fonte privilegiada na construção da história, significa colocar no centro da cena, homens e mulheres comuns, inominados, quase sempre invisíveis que tecem uma multiplicidade de relações humanas.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Uma Grande Artista de Nossa Terra (Erika Jane Ribeiro)


As estrelas que no céu saltitam,
enfrentando o pó cinzento dessa tal civilização,
me dizem, lá do alto, que se achega o SÃO JOÃO!
Fecho os olhos, e cá bem longe,
revivo as cores e sons juninos da minha UAUÁ...
A lembrança quente daquele som divinal
do pé-de- bode embala meus pensamentos...
Ai que saudade tirana da inigualável alegria da minha terra!
Alegria que sobrevive ao descaso e a essa silenciosa destruição
da nossa tradição.

(Erika Jane Ribeiro)